Seja por necessidade seja por prazer, eu faço muitas refeições em restaurantes. Adoro experimentar novos restaurantes com minha família e amigos. E durante a semana, marco muitas reuniões-almoço para falar sobre os projetos em que estou trabalhando em volta da mesa.
Quando precisei adotar uma dieta sem glúten, fui orientada pelo médico a dizer que era celíaca quando fosse comer fora de casa. E lá fui eu: chamava o garçom e falava. Mas ninguém entendia o significado da palavra CELÍACA! (Leia aqui no Célia&Cá o que as pessoas entendiam).
Com o cardápio em mãos, me punha a perguntar se um ou outro prato tinha glúten. Aí, o que acontecia na maioria das vezes é que me diziam que não, mas sem nenhuma firmeza. Apesar da palavra ser menos desconhecida porque estamos acostumados a ver em rótulos de alimentos no supermercado, a verdade é que pouca gente sabe onde mora esse tal de glúten.
Acostumada a trabalhar com comunicação, entendi que precisava mudar meu discurso. Afinal, eu também não sabia quase nada sobre o tema até precisar lidar com ele no dia a dia. Passei a explicar que eu não posso comer nada que tenha trigo, aveia, cevada, centeio e malte.
Em geral, essa explicação é suficiente para receber respostas mais firmes. Quando não sinto firmeza, faço um discurso mais alarmista: “Moço, é o seguinte: isso não é mais uma dieta da moda. Eu realmente não posso comer esses alimentos. Se eu comer, começo a passar mal na hora. E você não vai querer que eu passe mal aqui no restaurante, né?” Depois desse aviso, é comum o garçom ir até a cozinha se certificar e às vezes até mudar a resposta…
Uma boa dica é sempre perguntar se o restaurante tem um cardápio gluten free. Você pode se surpreender! Atualmente, principalmente em cidades maiores, é comum ter cardápios inteiros com produtos sem glúten. E muitos restaurantes marcam as opções sem glúten no cardápio normal. E MUITO cuidado com os molhos, muitas vezes engrossado com farinha de trigo, mas esse assunto vou abordar em breve em outro texto.
É claro que sempre vai existir o risco da tal “contaminação cruzada”, que é a presença de partículas de glúten em alimentos que não tem essa proteína. Por exemplo, se uma batata é frita num óleo que fritou um pastel, ou bolinho, que leva farinha de trigo, ela pode fazer mal a um celíaco.
Idealmente, os restaurantes deveriam preparar os pratos gluten free separadamente, garantindo que o espaço e os recipientes usados também não tenham contato com esses ingredientes. Mas sei que isso ainda não é muito comum. Então, tento me garantir ao máximo, mas sei que estou arcando com algum risco para manter o prazer de me reunir ao redor da mesa fora de casa. Mas sempre é melhor pecar pelo excesso de perguntas e ter muito cuidado!! E Bom apetite….
Célia
15/08/2019
*Estamos compartilhando nossas experiências mas não somos médicas ou nutricionistas. Consulte um especialista para uma orientação profissional.